Drunfo. É só e basta!

Foi-se assim como do nada.
Talvez, algo já dito que posteriormente se transformou em veredicto, mas a verdade é que já estava escrito.
Vergonha das vergonhas, miséria das misérias, tragédia das tragédias.
Agora, seja o que deus quiser...

Ser julgado por um cego é grave, por um surdo é bem pior e por um mudo nem se fala!
Mas, então, porque é que isto acontece?!

Serve o presente comunicado para relembrar que, face aos recentes acontecimentos cujos se prendem a intenção do afastamento do Blog por parte alguns dos intervenientes, nesta casa há contratos para cumprir e obrigações adjacentes aos mesmos.
De qualquer forma, está já a decorrer um inquérito que visa identificar o responsável ou responsáveis por tal atrocidade cujos não passaram de forma impune.

Assim, informo que, enquanto não se conhecerem as conclusões de tal inquérito, não aceitarei nenhuma demissão que me seja apresentada.

Serve ainda esta mensagem para reforçar o sentimento de confiança que apresento por todos os directores, sem excepção, deste tão prestigiado grupo.
É certo que tempos difíceis virão, mas se é do nosso interesse construir uma liderança segura será necessário, primeiro que tudo, procurar integrarmo-nos em respeito, em harmonia e em solidariedade. Só assim conseguiremos alcançar os nossos objectivos.

O Presidente.

Após o agradável feito equipa do Benfica cuja carimbou na passada terça-feira, no estádio de Anfield, o passaporte para os quartos de final da liga milionária foram centenas os adeptos que se fizeram esperar juntos às imediações do aeroporto da Portela com o intuito de melhor receber a sua equipa do coração.

A DrunfoFM.NET, na antevisão do resultado, procurou chegar junto dum dos personagens que mais colabora com a equipa nestas alturas. Estamos, portanto, a falar do motorista do autocarro glorioso. Este é, sem dúvida, um dos homens mais imprescindíveis aquando as deslocações da equipa. Com ou sem a passagem aos quartos de final ele lá estaria afim de transportar a equipa para porto seguro.
Trata-se de uma pessoa, à semelhança de tantas outras, com graves perturbações de carácter psicológico, mas e mesmo assim apto para as funções que rigorosamente lhe são impostas.
Assim falamos com M, como preferiu que o tratássemos, com o intuito de melhor perceber a realidade deste grande clube nacional.

DFM: Boa tarde sr. M. O M já é motorista do Benfica há muitos anos, correcto?
M: Sim! Já lá vão muitos anos desde que enveredei por esta vida.
FFM: É feliz com o que faz?
M: Não! É certo que já o fui, mas já não sou.
DFM: Mas, porque é que tal diz?
M: O Benfica já não é o que era. Antigamente, era o clube do regime e toda a gente o respeitava, assim, como respeitava o regime. Na altura era bem pago e hoje, mesmo sendo um dos funcionários mais antigos da casa, pouco mais ganho do que então.
DFM: A vida de motorista agora é mais complicada?!
M: Uiiii, se não é! Eu pouco mais aguento. Está a ver isto? É tudo o que tomo, Ziprexa, Diplexil, Depakine Chrono, etc, todos eles com o intuito de me manter mais ou menos são. O Benfica e os respectivos adeptos têm dado comigo em doido.
DFM: Mas, culpa o clube por todos os seus problemas de saúde?
M: Se fossem só os de saúde. Todos os meus problemas são provenientes ou estão relacionados com o clube e os respectivos adeptos.
DFM: Mas, porquê?! Sinceramente, não consigo perceber?!
M: Compreendo porque não saiba. Nunca passou por nada disto. Sabe o que estar no aeroporto, por exemplo, a esperar a equipa após uma derrota?! Os adeptos em fúria, a apedrejar o autocarro, a bater violentamente contra este ou até contra o motorista que nada tem a ver com o que se passa ou passou dentro das quatro linhas?!
DFM: Compreendo…
M: Não compreende nada! E saber que o Benfica vai jogar contra um grande clube europeu, podendo, por isso, vir perder! Faz ideia da pressão que é para uma pessoa saber que está a dias de poder vir a ser violentamente agredido?! Os meus 68 anos já não dão para isto.
DFM: Mas, já pensou em reformar-se?!
M: Isso queria eu! Veigas e Vieiras não deixam. Sabe, os motoristas de agora cobram em tudo muito mais que eu. É uma vergonha! Eu a porcaria das águias estamos condenados, havemos de morrer por ali.
DFM: Algo grave pelo que noto. Vejo que transparece em si bastante fúria provocada pela arrogância dos altos dirigentes do clube. E no que respeita aos adeptos?!
M: Por tudo, homem, ou não seriam os dirigentes também e por si só adeptos! É um povo, sei lá…
DFM: E prognósticos para o jogo que aí vem?
M: Quero lá saber. Mais porrada menos porrada, mais cachaporra menos cachaporra. Se tiver que ser ao menos que morra ali…
DFM: Compreendo a falta de entusiasmo demonstrada, por si, no que respeita ao seu clube.
M: Eu já não sei de nada. Já estou como o Eusébio (…) gostar, gostar só de tremoço. Também esse já dá com força nos anti-depressivos, também dele deram cabo…
DFM: Bom. Resta-me, apenas, agradecer-lhe pelo tempo e disponibilidade cedidos para a realização desta entrevista.
M: De nada, meu caro amigo. Ainda bem que assim foi. Sinto-me, deveras, mais aliviado. Julgo que já à muito deveria ter dito isto.

M é um homem atormentado não só pelo passado, como pelo presente e, quem sabe, pelo futuro que aí vem. Trata-se de um homem sofrido que embora se tenha mantido fiel às suas convicções manifesta um forte desprezo por quem o lidera e chefia. É mais um exemplo do quotidiano retrógrado a que todos estamos sujeitos, dia após dia.
Hoje foi feliz e amanhã, como será?!