26.11.04

Post”e” de fim-de-semana?

A todos os que pensavam que os próximos post’s seriam, bastante, apoiados nos assuntos Casa Pia, Morte Fernando Valle e ou Crise Ucraniana, enganam-se. Vamos, no entanto, focar com maior relevância o assunto que, há dezenas de anos, deixa de nó na garganta milhares de Portugueses. Pois bem, com base num estudo, suportado por altas personalidades do quotidiano, iremos finalmente desmascarar, por inteiro, o que é ser Sócio-Militante do Sport Lisboa e Benfica.
Diz-se, actualmente, da boca para fora que o “glorioso”, com “g” pequeno, está forte e capaz, até, de conquistar um grande título, este ano. No entanto, para tal será necessária, acima de tudo, o apoio da massa associativa. Foi nessa, mesma, massa que se baseou o nosso estudo.
- Quem são ou o que são os sócios ou militantes do Benfica? Para compreender esta e outras questões contamos, no presente estudo, com a colaboração, intransigente, dos ilustres Eusébio da Silva Ferreira, Mário Soares, Prof. Marcelo Rebelo de Sousa e William Bill H. Gates (Bill Gates, afirma ser Benfiquista de gema desde pequenino).

Passaremos, portanto, a demonstrar os factos/dados recolhidos.
A grande verdade, é, que quando o Benfica vai a eleições milhares de “militantes” são visíveis em frente à “catedral” aguardando o seu direito de voto. São dias, longos, de espera, sobressaltados por uma imensa campanha, normalmente, composta por 3 ou 4 candidatos, também militantes. Ora, aí, começa a controvérsia...
Sócio não é a mesma coisa que Militante. Além de, unicamente, sócios os adeptos (que pagam) do Benfica são, também e na realidade, Militantes, mesmo, sabendo as atrocidades que tal rótulo lhes acarreta. Adeptos que lutam pelos seus direitos e convicções, adeptos que lutam contra adeptos, que militarizam estádios e outras infra-estruturas por uma ideia, que mentem aos conjugues, dizendo ser óptimos membros do seio familiar, que prometem ser campeões ano após ano e nada, que prometem jogadores e mais jogadores, adeptos fieis a uma guerra, supostamente, liberal. Sim, ser sócio, mas, também, militante...
No entanto, este, não é um facto de agora. Já outrora, há muitos anos, tal se passava assim.
Vejamos, então, que na década de 50, em ditadura, por não haver eleições coerentes já as coisas se processavam de igual forma, no Benfica. Pode, inclusive, dizer-se que é nesta época que nasce o famoso “sistema”.
Para ser militante não basta, apenas, ir aos jogos, pagar cotas e votar na altura certa. É, ainda, de notar a forte necessidade que há em todos os adeptos de defender, ao máximo, as poucas e acertadas convicções do líder e, é claro, maltrata-lo após o seu “expirado” período. A título de exemplo, vejam-se duas situações; a da “jóia de África”, Mantorras, que continua a ser visto como uma estrela, mesmo, sem meter os pés na relva há, já, dois anos e a de Vale e Azevedo que, embora, tenha feito bastante pela instituição tendo, inclusive, suportado elevadas contas de água e luz, é visto, hoje em dia, como um mais do que anormal. É, ainda, sobre a personagem de Vale e Azevedo que se assinalam mais exemplos do militarismo coabitado no Benfica. Note-se, então, a sua expulsão da instituição, digna da de um prestigiado partido político, pelo facto de ter tido o voto, súbdito, dos associados-militantes. O mesmo já não se passa numa, normal, instituição constituída por sócios, pelo facto desses o serem por gosto e convicção. Numa instituição deste género os sócios não se avaliam entre si, sendo competido esse direito de aprovação ou não, é claro, à respectiva direcção. Neste caso, em particular, seria o mesmo que um sócio do ACP fosse expulso pelo facto de a maioria dos seus conjugues o querer de uma forma arbitrária, ou seja, exactamente igual ao que se passa no seio de um partido político.
Contudo, há ainda, que notar as normais formas de protesto do SLB. Normalmente, uma instituição desportiva queixa-se à sua principal entidade normalizadora/reguladora, o Benfica queixa-se ao governo. Isto é, também, uma forma de militarismo.
Para finalizar, queremos salientar para o facto de grande parte dos adeptos se tratarem por “camarada”, o que, normalmente, só se associa a partidos do foro político.

Concluímos, portanto, que no caso do Sport Lisboa e Benfica é aberta uma excepção, “na lei”, no que respeita ao significado dos valores camaradagem e desportivismo, vividos, normalmente, por outras instituições do género.
O Benfica não é, portanto, uma simples instituição desportiva, mas, sim e também, um grande e influente partido político.

Não paga champagne, mas festeja com ele.



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